O que é estrabismo?

Para entender melhor o que é o estrabismo, é importante saber que o movimento de cada olho é controlado por seis músculos.  São eles: o músculo reto lateral (puxa o olho para fora); o músculo reto medial (puxa o olho para dentro); o músculo reto superior (responsável pelos movimentos do olho para cima cima), músculo reto inferior (responsável pelos movimentos do olho para baixo); músculos oblíquos superior e inferior, que ajudam a estabilizar os movimentos oculares, especialmente quando olhamos para baixo e para dentro, ou fazemos movimentos com o olho para cima e para fora.

Vamos dar um exemplo: para olhar para a esquerda, o músculo reto lateral do olho esquerdo puxa-o para fora e o músculo reto do olho direito puxa-o para a direção do nariz. O estrabismo se desenvolve quando os músculos dos olhos não funcionam em sincronia, portanto os olhos não se movem juntos corretamente, levando a um desalinhamento dos eixos visuais.

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Tipos de estrabismo
Embora o estrabismo mais conhecido pela população seja aquele em que o olho se desvia em direção ao nariz, existem vários tipos, como:

Estrabismo divergente (exotropia): quando o olho se desvia para fora, em direção à orelha
Estrabismo convergente (endotropia): é quando o olho se desvia para dentro, em direção ao nariz
Estrabismo vertical: ocorre quando o olho se desvia para cima ou para baixo. Quando o desvio é para cima é chamado de hipertropia, quando o desvio é para baixo é chamado de hipotropia.

Quando o estrabismo está presente o tempo todo é chamado de constante. Já quando vai e vem, é chamado de intermitente. Vale lembrar que na prática clínica, muitas vezes o estrabismo apresenta-se misto.

Quando o estrabismo se manifesta?
Em geral, o estrabismo se manifesta já no primeiro ano de vida. Porém, aqui vale um lembrete importante: até os seis meses, o desvio nos olhos do bebê é considerado normal, pois a visão está em desenvolvimento. Porém, se depois dos seis meses, o desvio se torna constante, o ideal é procurar um oftalmopediatra.

O estrabismo costuma surgir nos três primeiros anos de vida, embora possa aparecer em crianças mais velhas, adolescentes e adultos. Segundo a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP), o estrabismo atinge de 2% a 5% das crianças e afeta ambos os sexos.

Causas
Na maioria dos casos, a causa do estrabismo não é conhecida, principalmente quando surge na infância. Estima-se que cerca de 40% das crianças com síndrome de Down têm estrabismo, que costuma aparecer em outras síndromes genéticas e também em doenças que afetam o sistema nervoso central. Bebês que nascem prematuros também têm mais predisposição para apresentar o estrabismo.

Já nos adultos, em geral o estrabismo está ligado a doenças neurológicas ou vasculares, como diabetes, hipertensão arterial, doenças da tireoide e tumores cerebrais. Também pode ser consequência de problemas oculares, como cataratas e erros refrativos (miopia, astigmatismo e hipermetropia).

Por que é importante tratar?
O estrabismo não é uma questão meramente estética. Nos primeiros anos de vida, o estrabismo não tratado pode causar prejuízos permanentes para visão, levando à ambliopia, popularmente conhecida como olho preguiçoso. Isso significa que a criança terá perda da capacidade visual do olho não afetado para sempre. Já no adulto, a consequência pode ser a diplopia e confusão de imagens, incapacitando-o a ver imagens em 3D, por exemplo.

Como é o tratamento
O tratamento do estrabismo é bem amplo e deve ser individualizado. Uso de lentes e tampões é importante, assim como a cirurgia para corrigir o desvio, que apresenta excelentes resultados.

A NeuroKinder conta com a especialista em estrabismo, Dra. Marcela Barreira . Além de realizar o acompanhamento clínico, ela também faz cirurgias em crianças e adultos para correção do estrabismo.