O verão chegou, as férias escolares também e muitos pais aproveitam a época do calorão para levar os pequenos ao clube ou à praia. Não é só com a pele das crianças e com possíveis queimaduras de sol que os pais precisam de se preocupar, mas com os olhos também, pois os casos de conjuntivite tendem a crescer nos meses mais quentes do ano.
Conjuntivite é a inflamação da conjuntiva, a membrana transparente e fina que reveste a parte da frente dos olhos. “A doença pode ser causada por vírus, bactérias ou ainda pode ser resultado de uma reação alérgica. “A conjuntivite é mais comum no verão, pois o calor e a umidade favorecem a dispersão dos agentes infecciosos. Além disso, piscinas não tratadas, lagos, rios, cachoeiras e água do mar funcionam como meios de transmissão, sem contar a aglomeração de pessoas em locais públicos”, explica a oftalmopediatra, Dra. Marcela Barreira.
“As conjuntivites alérgicas são muito relacionadas ao clima, por isso, costumam ser sazonais, com piora no verão. Além disso, é preciso ficar atento aos agentes irritantes, como protetor solar, cloro da piscina e água do mar, que podem causar uma conjuntivite irritativa. O principal sintoma, em todos os tipos, é a vermelhidão nos olhos. Na viral, a criança pode reclamar de sensação de ter areia nos olhos e pode também apresentar lacrimejamento e secreção mucopurulenta. A viral é a mais demorada, podendo levar em média 14 dias para desaparecer”, diz a especialista.
Segundo a oftalmopediatra, na conjuntivite bacteriana há inchaço e secreção purulenta em abundância, com duração menor, em torno de uma semana. Já nos quadros de conjuntivite alérgica, há muita coceira, lacrimejamento e vermelhidão mais leves, sem secreção.
Tratamento depende do tipo
Segundo Dra. Marcela, o tratamento vai depender do tipo de conjuntivite que a criança apresenta. “Se ela é viral, não é necessário o uso de medicamentos, porém recomenda-se fazer a higiene dos olhos da criança delicadamente com uma compressa de gaze gelada embebida em água filtrada ou soro fisiológico, descartando-a em seguida.”
As conjuntivites bacterianas exigem o uso de colírios com antibiótico, sempre com o cuidado de lavar as mãos antes de manuseá-lo e nunca compartilhar com outros pacientes. “Já para a alérgica, é necessário apenas o controle dos sintomas, quando associada ao clima. Nos casos das irritativas. o indicado é afastar a criança da substância que desencadeou a alergia. Compressas de água gelada ajudam a aliviar o inchaço e a coceira. Antialérgicos também podem ser necessários e, nos casos mais graves, pode ser preciso a introdução de corticoides tópicos”, orienta a médica.
Crianças com conjuntivite viral ou bacteriana, infelizmente, não devem frequentar a piscina ou a praia. Se possível, ela também não deve entrar com contato com outras crianças. “A conjuntivite infeciosa é altamente contagiosa, portanto o ideal é que a criança fique em casa e todos os itens de uso pessoal, especialmente toalhas e fronhas, sejam lavados diariamente e jamais compartilhados”, comenta Dra. Marcela.
Crianças adoram água, mas para prevenir a conjuntivite certifique-se que a piscina é tratada ou a água do mar esteja própria para o banho. Além disso, evite passar protetor solar na região dos olhos da criança. Opte por óculos de sol com proteção UVA/UVB e chapéu com aba. Lembre-se ainda de nunca pingar colírios sem a prescrição médica.