Estrabismo Divergente: o que eu preciso saber?
Recentemente, o vlogger PC Siqueira anunciou em seu canal no YouTube que realizou uma cirurgia para corrigir seu estrabismo depois de quase 30 anos de convivência com essa condição. Muitas pessoas desconhecem que é possível detectar e tratar o estrabismo, tanto na infância, quanto na vida adulta. A correção do estrabismo em adultos é possível.
O estrabismo é uma condição em que há desalinhamento dos eixos visuais. De acordo com a médica oftalmologista pediátrica da NeuroKinder, Dra. Marcela Barreira, especialista em estrabismo, é importante entender que essa condição pode se apresentar de várias maneiras. “A clássica, ou seja, a que a maioria das pessoas conhece, é quando os olhos se desviam para dentro, como era o caso do PC Siqueira. Esse estrabismo é chamado de convergente (endotropia)”, explica Dra. Marcela.
Outro tipo de estrabismo que é comum, mas menos perceptível, é quando o olho desvia-se para fora, chamado de estrabismo divergente (exotropia). “Também pode ocorrer outra situação, quando os olhos podem se desviar para cima ou para baixo, chamado de estrabismo vertical. Esses são os principais, porém temos outros tipos de estrabismo. O que vemos na prática clínica é que os desvios são mistos, isso quer dizer que muitas vezes os eixos visuais estão desalinhados em mais de uma direção”, afirma Dra. Marcela.
Segundo a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP), o estrabismo atinge de 2% a 5% das crianças e afeta ambos os sexos. De acordo a Dra. Marcela, é muito importante que os pais estejam atentos desde o nascimento. “A visão do bebê não está completamente desenvolvida ao nascer. Por isso, o estrabismo pode se manifestar ainda no primeiro ano de vida. O ideal é consultar um oftalmopediatra para avaliação. Quando há confirmação do diagnóstico, é necessário um acompanhamento rigoroso para evitar que a visão seja afetada”, explica Dra. Marcela.
“É muito importante chamar a atenção para o estrabismo, porque não é uma questão estética apenas. Quando não tratado, pode causar a ambliopia, mais conhecido como olho preguiçoso. Na criança, quando ocorre o desvio dos olhos, existe um mecanismo de supressão da segunda imagem. Isso quer dizer que em vez de ver a imagem duplicada, o cérebro inibe a imagem do olho saudável, afetando a acuidade visual da criança”, conta a médica.
Para finalizar, o diagnóstico precoce e acompanhamento são fundamentais para um bom prognóstico do estrabismo. “Cada paciente terá uma indicação terapêutica, de acordo com o tipo de estrabismo apresentado. Óculos, tampão e cirurgia fazem parte do manejo do estrabismo em crianças”, finaliza Dra. Marcela.
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