Avós influenciam no desenvolvimento social e cognitivo dos netos
A infância é, sem dúvidas, uma das melhores fases da vida. Um mundo infinito de possibilidades, descobertas, brincadeiras, amizades, com poucas preocupações e responsabilidades. Entretanto, houve uma mudança na vivência infantil nos últimos anos, que acarreta em um número cada vez maior de crianças com problemas de estresse e mau comportamento.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os transtornos mentais atingem uma entre quatro a cinco crianças e adolescentes no mundo. Um estudo realizado pelo Internacional Stress Management Association no Brasil (Isma-BR), com 220 crianças entre 7 e 12 anos, nas cidades de Porto Alegre e São Paulo, mostrou que 8 em cada 10 pais que procuram ajuda psicológica para seus filhos o fazem por alterações de comportamento, causadas pelo estresse.
Mas, o que está levando as crianças ao estresse e aos problemas de comportamento?
Segundo a pesquisa do Isma-BR, críticas e desaprovação dos pais, excesso de atividades, conflitos familiares e bullying são as principais razões para as crianças e adolescentes enfrentarem, tão cedo, o estresse. Entretanto, outros motivos podem afetar a saúde emocional na infância e na adolescência, como a morte de um ente querido, a mudança de cidade ou de escola, a chegada de um irmão e até a superproteção.
É importante lembrar que o estresse, quando crônico, é um fator de risco para o desenvolvimento de diversos transtornos mentais. O efeito do estresse é ainda mais relevante em organismos pouco maduros, como os das crianças. Além de queda da imunidade e da interferência nos hormônios do crescimento, o estresse prolongando pode também afetar o amadurecimento de partes fundamentais do cérebro, responsáveis pelo controle das funções cognitivas.
Na prática, isso pode prejudicar a capacidade de controlar a impulsividade e de tomar decisões, por exemplo. A verdade é que quanto mais exposição ao estresse na infância, maior a probabilidade de apresentar alterações físicas e psicológicas na idade adulta.
Como a TCC pode ajudar as crianças
Uma das abordagens mais utilizadas hoje na área de psicologia é a Terapia Cognitivo Comportamental (TCC). Trata-se de uma forma de psicoterapia que enfatiza a importância de como nossos pensamentos podem determinar como nos sentimos e como agimos. A TCC oferece ferramentas para mudar o padrão dos pensamentos e, consequentemente, os sentimentos e as atitudes.
Considerada uma das formas mais bem-sucedidas de psicoterapia das últimas décadas, a TCC também é usada para tratar crianças e adolescentes. As queixas que acabam levando crianças à terapia são de comportamentos inadequados, como agressividade, choro excessivo, mentiras, furtos, timidez, ansiedade, tristeza, agitação, mau desempenho escolar, entre outros.
Na terapia infantil são usados jogos e outras formas lúdicas para ajudar a criança a lidar de forma mais saudável como as situações do dia a dia. Durante as sessões, o terapeuta oferece à criança novas habilidades para uma mudança no padrão dos pensamentos, levando a comportamentos mais adequados, de acordo com as queixas.
Tanto os pais como a escola são peças fundamentais para a terapia infantil. Os pais podem reforçar os comportamentos assertivos, ajudar a direcionar os esforços da criança e colocar limites e regras para que a criança entenda o que é certo, o que funciona, quais os ganhos, oferecendo sempre um reforço positivo.
É importante entender que a mudança da criança também depende da mudança das pessoas que a cercam, como pais, professores, irmãos e cuidadores, por isso todos devem estar envolvidos na terapia.
Lembre-se: O cuidado com a saúde mental deve começar ainda na infância. Isso é fundamental para um desenvolvimento infantil saudável e para tornar as relações mais harmoniosas e satisfatórias no decorrer da vida.
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