A ambliopia, conhecida popularmente pelo termo “olho preguiçoso”, é uma condição visual que leva à diminuição da acuidade visual em um em ambos os olhos. Em geral, se desenvolve na infância e em quase metade dos casos é causada pelo estrabismo.
Entenda melhor a visão binocular
Para entender a ambliopia é preciso conhecer o conceito da visão binocular. Depois que a imagem é captada pela retina, ela é enviada ao cérebro por meio do nervo óptico. São enviadas duas imagens, porém o cérebro tem a capacidade de fundi-las em uma única.
Essa é a visão binocular, que permite enxergar um campo visual maior e dá a noção de profundidade. Ela é fundamental, por exemplo, para vermos as imagens em 3D. Porém, algumas condições visuais que surgem na infância podem causar um conflito na fusão das imagens pelo cérebro, levando ao desenvolvimento da ambliopia. Quando a criança apresenta o estrabismo, por exemplo, o cérebro recebe dois estímulos visuais diferentes e escolhe a melhor imagem.
Caso essa supressão das imagens no cérebro aconteça por tempo prolongado, durante o período considerado crítico para o desenvolvimento visual, que é por volta dos dois anos de idade, e que se completa por volta dos sete, há a possibilidade de ocorrer supressão irreversível, ou seja, o cérebro irá continuamente favorecer o olho com a melhor visão, reduzindo a capacidade visual do olho afetado.
Causas
- Ambliopia estrabísmica: é o principal fator associado à ambliopia. No estrabismo, há um desalinhamento dos eixos visuais, que leva duas imagens diferentes para o cérebro, levando o órgão a escolher a melhor imagem.
- Ambliopia refrativa: os erros refrativos são aqueles que causam a miopia, o astigmatismo e a hipermetropia. Quando há uma variação muito grande de grau de um olho para o outro, ou ainda quando cada olho apresenta um tipo diferente de erro refrativo, é possível desenvolver a ambliopia.
- Ambliopia por privação de estímulo: acontece quando há opacidade ocular causada por cataratas, cicatrizes na córnea e ptose palpebral severa. Todas essas condições impedem a entrada de luz de forma adequada, interferindo no desenvolvimento da visão. É o tipo mais grave de ambliopia e requer tratamento muito precoce.
Como identificar a ambliopia?
Dificilmente a criança irá se queixar de um problema ocular nos primeiros anos de vida. Por isso, a consulta com um oftalmopediatra, ainda no primeiro ano de vida, é fundamental para detectar qualquer condição que possa levar ao desenvolvimento da ambliopia. Pais de crianças estrábicas e com graus altos de erros refrativos precisam fazer um acompanhamento regular com o oftalmopediatra.
Como tratar a ambliopia?
Antes dos cinco sete anos de idade, o tratamento da ambliopia costuma ter resultados mais eficazes, porém quanto mais precoce, melhor e mais rápida é a resposta ao tratamento. A terapêutica mais conhecida é o uso do tampão no olho dominante, ou seja, no olho com a melhor capacidade visual. Com isso, o cérebro é forçado a utilizar a visão do olho que apresenta menor acuidade. Esse tratamento é indicado para os casos de estrabismo.
Para as crianças com erros refrativos, o tratamento pode variar, desde o uso de óculos para correção dos graus, assim como o uso do tampão em conjunto com as lentes. Em todos os casos, o acompanhamento deve ser regular.
Lembre-se: A visão é fundamental para o desenvolvimento global da criança e impacta no aprendizado, nos esportes e das demais atividades sociais. Por isso, consulte um oftalmopediatra ainda no primeiro ano de vida do seu bebê.