No Dia Mundial de Conscientização da Epilepsia, o alerta vai para a importância do tratamento da doença para a saúde da criança
No dia 26 de março é celebrado o Dia Mundial da Conscientização da Epilepsia. A data foi escolhida para ressaltar a importância do diagnóstico precoce e do tratamento correto desta condição, que atinge cerca de 50 milhões de pessoas no mundo todo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
A epilepsia é uma doença neurológica, caracterizada por constantes crises epiléticas. As crises são desencadeadas por descargas neuronais fora do padrão. O cérebro é composto por bilhões de células, chamadas de neurônios. Essas células se comunicam entre si por meio de impulsos elétricos. Na epilepsia, essas descargas elétricas se encontram fora da normalidade, levando então às crises, popularmente chamadas de convulsão.
Crise epilética ou epilepsia?
É muito comum confundir a epilepsia com crises convulsivas. Outro fato relevante é que a maioria das crises epiléticas ocorre na infância e na adolescência, com um risco maior no primeiro ano de vida. Entretanto, nem toda crise epiléptica é causada pela epilepsia. Na infância, por exemplo, é comum uma criança ter uma convulsão devido a um alto grau de febre. Estima-se que 1 em cada 10 pessoas irá ter uma crise epilética ao longo da vida.
A diferença é que uma crise epilética por febre, por exemplo, é esporádica e autolimitada. Já quem tem epilepsia pode ter mais de duas crises em um único dia, com sérias consequências para a saúde, quando não controladas.
O que causa a epilepsia?
Em muitos casos, a epilepsia não tem seu diagnóstico descoberto. Porém, ela pode acontecer por anormalidades nos cromossomos, danos no cérebro, traumatismos cranianos, anomalias metabólicas, entre outras causas.
Epilepsia x Transtornos psiquiátricos e neurobiológicos
Crianças com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA), Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), entre outras condições neuropsiquiátricas, têm maior probabilidade de apresentar epilepsia ou crises epiléticas.
Como diagnosticar e tratar a doença?
A crise epilética é o principal sintoma da epilepsia. Entretanto, há várias classificações para essas crises. Isso quer dizer que elas acontecem de diferentes maneiras. A mais conhecida da população é a do tipo tônica-clônica, caracterizada pela perda total da consciência, respiração, contração muscular e movimentos espasmódicos. Essa crise dura alguns minutos e é seguida de alguns sintomas, como sono, dores e confusão mental.
Mas há também crises de ausência em que a pessoa perde a consciência, mesmo sem desmaiar, por alguns segundos. Ela é tão rápida que os familiares ou amigos podem nem notar que sua ocorrência.
O diagnóstico da epilepsia na infância deve ser feito pelo neurologista infantil. Em 70% dos casos que são tratados nota-se melhora da qualidade de vida. Se não tratada corretamente, a epilepsia pode afetar diretamente a qualidade de vida da criança, atrapalhando o desenvolvimento escolar, social e familiar. Limitações físicas e mentais também estão ligadas ao tratamento tardio. Por isso, o diagnóstico precoce e o tratamento para a epilepsia são essenciais para garantir um bom desenvolvimento infantil.